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História e Geografia

História
A Calheta é uma das mais antigas povoações da ilha de São Jorge. Em 1483 já possuía um núcleo populacional que foi crescendo, alargando-se para a Fajã Grande, Ribeira Seca, Relvinha, Biscoitos e Norte Pequeno.

A sua economia desenvolveu-se desde cedo, que além da vinha, dos cereais e inhames, tinha o cultivo do pastel e de urzela, exportados para a Flandres e outros países da Europa, com fins tintureiros nas suas principais produções.

D. João III em 1534, por carta régia, mandou desanexar a vila da Calheta do Concelho de Velas, devido ao seu crescimento e notoriedade, tendo sido esta elevada a Vila e Sede de Concelho.

A vila da Calheta nos sécs. XVI e XVII foi alvo de sucessivos ataques de corsários ingleses e franceses, bem como de piratas turcos e argelinos, alcunhados por “Moiros do Canal”.

No final do séc. XVI, uma secção da esquadra, sob o comando do Conde de Essex, desembarca na Calheta. Os habitantes para os afastarem, junto do varadoiro jogam uma nuvem de pedras (únicas armas de então) sobre os Ingleses, tendo o soldado Simão Gato atacado o oficial alferes da bandeira, arrancando-lhe esta vitoriosamente.

O concelho da Calheta e a ilha de São Jorge foram atingidos, entre o séc. XVI a XIX, por outras calamidades, como privações e crises alimentares em maus anos de colheita, bem como por sismos e erupções vulcânicas em 1580, 1757, 1808, 1964, 1980 e por fim, 1998.

A primeira luta social foi na Calheta, mais conhecida por “Motim do Inhame”. Esta deveu-se pela revolta dos locais que eram obrigados a pagar o dízimo pelas colheitas e, de um modo especial pelo inhame. O lançamento destes avultados impostos gerou o “Motim dos Inhames”, o primeiro grito de liberdade a seguir à Guerra da Sucessão, o que fez com que as armas Calhetenses tenham as folhas de inhame.

O porto da vila da Calheta tem desempenhado ao longo dos anos um papel fundamental na economia da mesma, sendo assim um importante porto de pesca e de ligações marítimas para as restantes ilhas do arquipélago. Assim, dispunha de um estaleiro em que se construía embarcações de várias espécies, tais como grandes barcos de boca aberta, caiaques, iates e escunas que faziam o comércio de cabotagem com as outras ilhas. Esta atividade entrou em declínio a partir de 1892, com o estabelecimento de carreiras regulares, por navios a vapor, nas ligações entre as ilhas e exterior.

A indústria conserveira ocupou e ocupa um espaço importante na economia do concelho. Esta atividade teve encerrada durante vários anos, tendo a mesma sido reactivada pela Câmara Municipal da Calheta, através da fábrica de Santa Catarina. No entanto, os lacticínios continuam a ser a principal indústria do concelho.


Geografia
A ilha de São Jorge conta com uma área total de 243,6 km2 de superfície. Com uma forma alongada a ilha possui 56 km de comprimento por 8 km de largura.

A ilha está dividida em dois concelhos, sendo que o da Calheta ocupa uma área total de 127 km2. Do lado sul e poente avistam-se as ilhas do Pico e Faial, e do lado norte e nascente as ilhas Terceira e Graciosa.

O clima à semelhança das restantes ilhas do arquipélago é temperado marítimo, com temperaturas médias anuais que variam entre os 12ºC (53ºF), em fevereiro e 25ºC (77ºF), em agosto. A sua situação climática resulta da influência do anticiclone dos Açores, aliada aos factores fisiográficos locais, tais como o revestimento e natureza do solo e a proximidade do mar. As zonas de mais baixa altitude e declive favorecem a existência de microclimas.